Mais sobre Xingu
Algumas frases no filme
particularmente me chamaram atenção como: “O que o governo chama de terra
desocupada, na verdade tem dono.” e, quando caminhando para o fim do filme,
Orlando Villas-Bôas declara que tem suas dúvidas se o progresso é
bom para os homens brancos e conclui que para os indígenas "não é bom, nem
necessário".
Pesquisei um pouco sobre as notícias sobre a região
do Xingu no ano que o filme foi lançado (2011), e encontrei artigos que
acredito que valem a pena serem citados. Por exemplo, no mesmo ano de
lançamento do longa-metragem, a ONG Aliança da Terra fazia diagnóstico das
pastagens e lavouras, e consequentemente do desmatamento das nascentes e beiras de rio na bacia
hidrográfica do Rio Xingu, que chegava a 300 mil hectares.
Uma
das fazendas mapeadas pelos técnicos da ONG foi a Fazenda Roncador (citada no
filme Xingu), que possuía 151 mil hectares, um território igual ao da
cidade de São Paulo. Metade da área do lugar foi desmatada para a formação de
pastagens, onde foram criadas 90 mil cabeças de gado. Ela é a maior fazenda de
pecuária de Mato Grosso e uma das maiores do Brasil.
Com
a Aliança da Terra, a fazenda em 2011 pretendia comprar mudas e sementes de
espécies nativas da região para reflorestar quatro mil hectares de nascentes e
matas ciliares.
Também
vale ressaltar que em 2011 ocorria protestos contra a construção da
Hidrelétrica de Belo Monte e lideranças indígenas afirmavam que a usina
afetaria o leito do Rio Xingu, no Pará.
Outra
matéria interessante a ser mencionada foi realizada pela Folha de São Paulo
(também em 2011) sobre como o legado dos irmãos Villas-Bôas não era avaliado
com unanimidade pelos indígenas da região pois muitos teriam sido transferidos
contra sua própria vontade das suas terras de origem — fato este expresso no longa-metragem.
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Xingu (2011), diretor Cao Hamburger. |
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