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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

O Encontro com o Outro

Dia 20/01/2021

A primeira parte do encontro foi dedicada à apresentação de mais algumas vídeo-resenhas (incluindo a minha). A segunda parte ficou com a professora Andrea, que nos apresentou slides sobre "Letramento(s): Articulações", destacando como a língua não se trata apenas de estrutura. Levando em conta a dimensão política e importância do processo de socialização na construção do significado de letramento, a língua é de natureza heterogênea e puramente variação, assim como afirma Faraco.

Devidamente foi debatido outra vez sobre o apego à normatividade em detrimento de práticas não genéricas e específicas afim de que a língua portuguesa, a aula, as atividades em sala, os trabalhos, façam sentido aos alunos, e a diferentes grupos de alunos também!

(No momento estou a ler "A Elegância do Ouriço", como nos foi solicitado, e destaco esse trecho na voz de Paloma: 

"Em suma, hoje de manhã eu tinha aula de francês com ela. Em si já é uma amolação. Francês com a Sra. Maigre se resume a uma longa série de exercícios técnicos, que se faça gramática ou leitura de textos. Com ela, parece que um texto foi escrito para que se possam identificar seus personagens, o narrador, os locais, as peripécias, o tempo do relato etc. Acho que nunca lhe veio à mente que um texto é antes de tudo escrito para ser lido e provocar emoções no leitor. Imaginem que ela nunca fez a pergunta: 'Gostaram desse texto, desse livro?'. No entanto, é a única pergunta que poderia dar sentido ao estudo dos pontos de vista narrativos ou da construção do relato..."

"Dizer a adolescentes que já sabem falar e escrever que a gramática serve para isso é como dizer a alguém que é preciso ler uma história dos banheiros através dos tempos para fazer xixi e cocô. É sem sentido!"

— Capítulo 36 - Pensamento Profundo n°10, páginas 92 e 93.)

Discorrendo como os sentidos acontecem dentro de um contexto, Andrea e professor Luis Fernando inicia uma explanação do que seja Abordagem Etnográfica. Ressaltando sobre a importância de olhar a realidade pelos olhos dos alunos, os professores deixou claro para nós, pibidianos, como é uma prática/movimento sempre necessária(o)!

Para expandirmos mais a ideia do que seja etnografia, nos foi orientado assistir ao filme "Xingu" (2011), para podermos tanto responder ao questionário quanto debatermos sobre o audiovisual no próximo encontro daqui algumas semanas.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Muitos filhos de mil homens

Playlist dos vídeos-resenha

Olá, criamos esta playlist com os vídeos-resenha dos pibidianos sobre o livro "O Filho de Mil Homens", link (atualizado):





sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

A prática docente durante a Pandemia III

A Pandemia em 2021 e a prática docente pela Prof.ª Mércia Isabel

Link das atividades e slides nos disponibilizado:
→ Dia 12 de janeiro de 2020
https://classroom.google.com/c/ODQwODM0NjYzNTla/a/MjI0NzI4NzU2MTY2/details

"O livro é só metade, e o leitor é quem o completa."

Encontro dia 13/01/2021

"E o livro não lido não existe." — professor Luiz Fernando. Ele falou algo do gênero neste encontro do dia 13.

Bem, nos reunimos para juntos podermos debater sobre a leitura do livro "O Filho de Mil Homens" e assistirmos às vídeo-resenhas de alguns colegas. Alguns porque somos em um bom número, então não iria dar tempo ver todas as produções em uma única ocasião e muito menos conseguiríamos debater sobre.

Foi interessantíssimo ver os vídeos dos colegas, pois cada resenha tinha impressa suas identidades, gerando produções com formatos e perspectivas diferentes mesmo que em torno do mesmo livro. 

Logo depois, debatemos sobre como um livro, um autor, pode mudar a vida (causar mudanças realmente significantes) na vida de quem o lê. Os professores coordenadores também discorreram sobre como às vezes é preciso deixar teorias da literatura em segundo plano ao apresentar uma obra literária para um/uma aluno/a, priorizando a sensibilidade e o sentido do livro, porque realmente o poder que aquelas páginas tem de serem divisores de água para um/uma leitor/leitora é inestimável, e muitas vezes focar primeiramente na parte técnica pode distanciar os estudantes.

Bem, no encontro do dia 13, a professora coordenadora Andrea fez a sugestão de mais dois livros para lermos: "A Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery; e "O Incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação", de Haruki Murakami. Andrea sugeriu lermos o dois e escolher apenas um para produzirmos mais uma vídeo-resenha. Francamente, após a breve sinopse que a professora apresentou dos livros, mais me chamou atenção foi "A Elegância do Ouriço" (que já iniciei a leitura na quinta-feira), mas pretendo ler o livro de Murakami logo depois.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

"Somos filhos de mil pais e de mais mil mães (...)"

Entre 09/12 e 12/01/2021

No nosso último encontro de 2020, os coordenadores lançaram conosco um projeto de leitura: os pibidianos leriam os livros recomendados, produziriam vídeo-resenhas, os disponibilizariam para todos os demais na data estabelecida (seja pela plataforma youtube ou usando os blogs) e, no dia do encontro remoto, todos debateriam sobre tal atividade assistindo aos vídeos juntos.

O livro recomendado foi "O Filho de Mil Homens" de Valter Hugo Mãe, um escritor português. Valter tem uma forma de escrever singular, poética e expressiva que me envolveu logo nas primeiras páginas. 

A edição que li pelo kindle foi pela editora Cosac Naify, São Paulo, 2012.

Os capítulos mais se parecem contos independentes, porém de acordo com o avançar das páginas, esses encaixavam-se e constituíam uma história só. A ambientação se dá em um pequeno vilarejo em Portugal aparentemente no início do século XX, mas Valter Hugo nos apresenta temas muito atuais e importantes de serem debatidos, como capacitismo e homofobia. 

Também é interessante como "tamanho" e/ou algo como "volume" é referenciado aos personagens, como por exemplo nos nomes dos capítulos 1 e 3, "O homem que era só metade" e "A mulher que diminuía", respectivamente. Termos como "mulher incompleta", "metade de pessoa", "ser unidade para depois ser o dobro" e "meio coração" também são usados.

Bem, na resenha literária, abordo tanto a história como as problemáticas debatidas com mais profundidade, confira.



Na descrição, há os links das vídeo-resenhas dos meus colegas, com formato e perspectivas diferentes. Foi um desafio e tanto produzir este trabalho, mas com certeza todos se surpreenderam com os resultados!


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

“Navegamos numa caixa enquanto andamos de navio”

Encontro dia 09/12

No nosso terceiro encontro, muito falou sobre a obra de Faraco “Norma culta brasileira: desatando alguns nós” e a BNCC.

É interessante como a escola torna-se um ambiente de padronização de maneiras de agir, pensar e se comportar; de distanciar os conhecimentos para/com os/as estudantes, de ditar fórmulas e não aplicabilidades; de mais um lugar para receber ordens de superiores e competir com seus iguais; realmente aparenta ser um meio de nos tornamos e acostumarmos em ser operários, reprodutores, repetidores.

Então os estudantes dos cursos de docência encontram Paulo Freire, e os olhos brilham, alargam-se e contemplam. Mas... como nos é difícil aterrissar desse "conto de fadas"! Pois de repente pensamos em Pedagogia do Oprimido a viagem inteira da faculdade para a casa, e às vezes ameaçamos até mesmo perder o sono ao ir dormir. Não seremos pessimistas, mas... é preciso tanto chão pela frente para conseguirmos promover a educação de qualidade no “chão da fábrica”, e principalmente quando se trata daquele chão batido da escola pública. Gosto de pensar que haverá muitos erros, mas também muitos acertos nessa caminhada docente que acredito ser sem fim. Também creio que a experiência no PIBID ajudará a todos nós.

Esse terceiro encontro foi muito algo como “desabafar sobre práticas limitantes em escolas” e também compartilhar reflexões e ideias preciosas.

Recordo-me de professora Andréa der dito (talvez tenha sido outra pessoa do encontro) que navegamos numa caixa enquanto andamos de navio quando, por exemplo, fazemos propostas de trabalhos utilizando-se de obras literárias com, sei lá, uma sala de 30 ou 40 alunos, mas que infelizmente aquele texto não faz sentido à realidade daqueles estudantes (por causa da ambientação da obra, por exemplo). Como se faz necessário desmistificar o conceito de Livro, como devemos discutir a respeito dos nomes canônicos na literatura brasileira, como a linguagem deve promover aproximação, como a leitura deve fazer sentido aos/às estudantes!

Essa frase sobre navegar em uma caixa, me lembrou imagens como esta: navios levando containers.