Meu nome é Dafhine Alves e aqui constará observações, reflexões e devaneios sobre minha participação no PIBID - Letras, Português - UFAL. Supervisora: Professora Mércia.
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sábado, 27 de fevereiro de 2021
Etnografia e Educação
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Nós somos tal como Tsukuru
O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação
"A Elegância do Ouriço" como longa-metragem
The Hedgehog / Le Hérisson (2009)
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The Hedgehog, direção de Mona Achache (2009). |
Como espectadora, senti que o roteiro e direção do filme tentaram ser o mais fiéis possíveis à obra de Muriel ao mesmo tempo que Mona Achache buscava manter ali impressa a sua identidade como cineasta.
domingo, 14 de fevereiro de 2021
"A Elegância do Ouriço", resenha literária
Entre Renée Michel e Paloma Josse
A segunda resenha literária que postei no meu canal do Youtube se trata de "A Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery, publicado em 2006. A edição que li é da Editora Companhia das Letras de 2008.
Podemos considerar que o livro tem duas personagens principais: Renée Michel e Paloma Josse. O livro me envolveu completamente, arrancando-me lágrimas no final. Destaco os seguintes trechos mais marcantes para mim (dentre tantos):
“É tocar o fundo do pântano social ouvir, pelo tom de sua voz, que um rico só se dirige a si mesmo e que, embora as palavras que pronuncia sejam tecnicamente dirigidas a você, ele nem sequer imagina que você seja capaz de compreendê-los.”
“(...) os adolescentes acham que se tornam adultos macaqueando os adultos
que continuam a ser crianças e que fogem diante da vida.”
Bem, falo mais minuciosamente sobre o livro na vídeo-resenha:
Todas as pessoas deveriam ler esse livro alguma vez na vida.
sábado, 13 de fevereiro de 2021
Além do filme
Mais sobre Xingu
Algumas frases no filme
particularmente me chamaram atenção como: “O que o governo chama de terra
desocupada, na verdade tem dono.” e, quando caminhando para o fim do filme,
Orlando Villas-Bôas declara que tem suas dúvidas se o progresso é
bom para os homens brancos e conclui que para os indígenas "não é bom, nem
necessário".
Pesquisei um pouco sobre as notícias sobre a região
do Xingu no ano que o filme foi lançado (2011), e encontrei artigos que
acredito que valem a pena serem citados. Por exemplo, no mesmo ano de
lançamento do longa-metragem, a ONG Aliança da Terra fazia diagnóstico das
pastagens e lavouras, e consequentemente do desmatamento das nascentes e beiras de rio na bacia
hidrográfica do Rio Xingu, que chegava a 300 mil hectares.
Uma
das fazendas mapeadas pelos técnicos da ONG foi a Fazenda Roncador (citada no
filme Xingu), que possuía 151 mil hectares, um território igual ao da
cidade de São Paulo. Metade da área do lugar foi desmatada para a formação de
pastagens, onde foram criadas 90 mil cabeças de gado. Ela é a maior fazenda de
pecuária de Mato Grosso e uma das maiores do Brasil.
Com
a Aliança da Terra, a fazenda em 2011 pretendia comprar mudas e sementes de
espécies nativas da região para reflorestar quatro mil hectares de nascentes e
matas ciliares.
Também
vale ressaltar que em 2011 ocorria protestos contra a construção da
Hidrelétrica de Belo Monte e lideranças indígenas afirmavam que a usina
afetaria o leito do Rio Xingu, no Pará.
Outra
matéria interessante a ser mencionada foi realizada pela Folha de São Paulo
(também em 2011) sobre como o legado dos irmãos Villas-Bôas não era avaliado
com unanimidade pelos indígenas da região pois muitos teriam sido transferidos
contra sua própria vontade das suas terras de origem — fato este expresso no longa-metragem.
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Xingu (2011), diretor Cao Hamburger. |
terça-feira, 2 de fevereiro de 2021
Xingu (2011)
Atividade: O Encontro com o "Outro"
Dupla: Dafhine Alves e Lucas Omena
Filme: Xingu Ano: 2011 Diretor: Cao Hamburger |
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Cenas (marcação tempo): 0h9min05s 0h12min15s 0h12min58s¹ 0h13min55s² 0h18min30s³ 0h21min00s4 0h22min25s6 0h23min45s7 0h24min40s8 0h25min15s9 0h27min47s10 0h30min10s 0h33min21s11 0h37min35s12 1h09min38s13 1h09min50s14 1h14min15s15 1h24min00s17 |
Roteiro (parte verbal): Cláudio em voz off: “O que o governo chama de terra desocupada, na verdade tem dono”. Cláudio em voz off: “para mim não eram povos selvagens, era uma outra civilização, o encontro mudou as nossas vidas” Diálogo entre Orlando e Major |
Imagem: |
Parte sonora: Os peões escutam um som, ficam apreensivos, acham a princípio que é onça, mas um deles reconhece ser de índio. Entoação de canto indígena Chocalho pesaroso acompanha ritual mais silencioso, com alguns “clamores”. |
¹
Os peões avistam armadilha de pesca feita pelos índios
²
Os peões avistam os índios pela primeira vez em cima duma canoa
3 O cacique pega na faca disposta na
areia por Cláudio
4 Cláudio e Orlando se maravilham com a
comunidade indígena, avistando as ocas e os restantes
5 Os nativos olham para os irmãos com
curiosidade, os rondam, atraídos para ver mais de perto, tocá-los, como na
barba.
6 Os índios estão espantosos e com certo
medo dos óculos de Cláudio, que o entrega aos curiosos, que examinam.
7 Orlando tenta explicar o que seja avião
fazendo mímica e simulando som de turbina. Os índios mostram que conhecem algo
parecido e dão o nome, mas parecem se referir a um pássaro.
8 Cláudio
aprende e anota palavras na língua da tribo com um indígena.
9 Leandro
se admira com a construção de uma oca, e a sobe imitando a operação do índio
próximo.
10 Avião do governo pousa na aldeia
indígena, os índios se assustam, correm, mas depois se aproximam. Cláudio
parece olhar com o interesse o contraste da cena. Os índios, ‘incivilizados’, ‘selvagens’,
mas inofensivos e o avião, da civilização, símbolo de progresso, mas tão
agressivo àquele ambiente.
11 A aldeia gripa devido ao contato com
os brancos, o cacique está entre um dos adoecidos. Um índio (que parece curandeiro)
bafora fumaça no peito do cacique.
12 Cláudio
com ajuda de um índio da aldeia, tem contato com nativos de outras aldeias
próximas com o intuito de expandir os atendimentos médicos.
13 Índios comemoram junto com os irmãos
Villas-Bôas a conquista do Parque Nacional do Xingu, que os isolaria e garantiria
suas terras.
14 Os
índios pintam o corpo de Cláudio para o ritual comemorativo.
15 Índios
fazem ritual fúnebre em homenagem a Leonardo Villas-Bôas.
16 Orlando
conversa com Major sobre a transamazônica, projeto militar que atravessa a
região norte com estradas. Ao apresentar onde a transamazônica irá percorrer no
mapa, Orlando percebe que a aldeia dos Creem será atravessada pelo projeto e
pede para ser possível mudar a rota. Major não aceita que haja alteração.
Orlando:
Major, será que não dá para deixar eles mais um tempo lá na condição de
isolamento?
Major:
não, não dá. E depois achamos que isolamento não seja bom pra ninguém.
Progresso sim é bom, até pra índio!
Orlando: Não, não é! Desculpa discordar, mas não é! Até para nós eu tenho dúvida! Mas pra eles progresso não é bom, nem necessário!