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sábado, 13 de fevereiro de 2021

Além do filme

Mais sobre Xingu

Algumas frases no filme particularmente me chamaram atenção como: “O que o governo chama de terra desocupada, na verdade tem dono.” e, quando caminhando para o fim do filme, Orlando Villas-Bôas declara que tem suas dúvidas se o progresso é bom para os homens brancos e conclui que para os indígenas "não é bom, nem necessário".

Pesquisei um pouco sobre as notícias sobre a região do Xingu no ano que o filme foi lançado (2011), e encontrei artigos que acredito que valem a pena serem citados. Por exemplo, no mesmo ano de lançamento do longa-metragem, a ONG Aliança da Terra fazia diagnóstico das pastagens e lavouras, e consequentemente do desmatamento das nascentes e beiras de rio na bacia hidrográfica do Rio Xingu, que chegava a 300 mil hectares.

Uma das fazendas mapeadas pelos técnicos da ONG foi a Fazenda Roncador (citada no filme Xingu), que possuía 151 mil hectares, um território igual ao da cidade de São Paulo. Metade da área do lugar foi desmatada para a formação de pastagens, onde foram criadas 90 mil cabeças de gado. Ela é a maior fazenda de pecuária de Mato Grosso e uma das maiores do Brasil.

Com a Aliança da Terra, a fazenda em 2011 pretendia comprar mudas e sementes de espécies nativas da região para reflorestar quatro mil hectares de nascentes e matas ciliares.

Também vale ressaltar que em 2011 ocorria protestos contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte e lideranças indígenas afirmavam que a usina afetaria o leito do Rio Xingu, no Pará.

Outra matéria interessante a ser mencionada foi realizada pela Folha de São Paulo (também em 2011) sobre como o legado dos irmãos Villas-Bôas não era avaliado com unanimidade pelos indígenas da região pois muitos teriam sido transferidos contra sua própria vontade das suas terras de origem — fato este expresso no longa-metragem.


Xingu (2011), diretor Cao Hamburger.


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